Mesmo com os diversos movimentos, voltados para a igualdade entre os indivíduos, ainda existe grande desproporção salarial entre empregados pretos e brancos. E no Mês da Consciência Negra, devemos relembrar tal desproporcionalidade que existe, infelizmente, no nosso país.
Comemora-se o Dia da Consciência Negra em 20 de novembro, sendo anos de ferrenha luta pela igualdade. Entretanto, mesmo hoje em dia, não há tanto, o que se comemorar, pois, a desproporção salarial entre empregados pretos e brancos que o 123 Empregos mostrará, permanece, e parece que está longe de ter sua extinção efetiva no Brasil.
Desproporção salarial entre empregados pretos e brancos ainda permanece no Mês da Consciência Negra em 2022
Segundo dados repassados pelo GBE, nosso país possui 45% de pardos e cerca de 10,2% de pretos atuando na força de trabalho. Nos termos populacionais, pretos representam aproximadamente 9,1% e pardos 47%.
Renda entre pretos e brancos
Desde o ano de 2012, o Brasil não apresenta avanços no que se refere à renda. Hoje em dia, indivíduos pretos ganham, em média, 40,2% por hora a menos do que os brancos. Há 10 anos, registrávamos o percentual de 42,8%.
Outro grupo sofredor no que concerne a diferença salarial é o dos pardos. Os ganhos para eles são menores em 38,4% do que se recebe mensalmente pelas pessoas brancas.
A hora de trabalho, em média, de um branco é de mais ou menos R$ 19,22. Ademais, para pretos é de R$ 11,49. Já para pardos é de R$ 11,84. Isso significa que para justificar o salário-mínimo um indivíduo preto tem que trabalhar aproximadamente 105,5 horas a mais contra 63 que o branco precisa fazer.
As informações são do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio) divulgadas no mês de agosto através do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por exemplo, o estado de Pernambuco é um dos que encontramos a menor diferença de salário entre pretos e brancos por hora, com 19,4%. Em contrapartida, o Distrito Federal tem a grande diferença de renda dos dois grupos, com o percentual chegando a 51%.
Um dos itens que são supostamente apontados como uma justificativa para a desproporção salarial entre empregados pretos e brancos é a forma de acesso à graduação. No ano de 2021, os pardos e pretos ocupavam somente 27,3% das ofertas nos cursos de nível superior, independentemente da existência das cotas.